O deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fez duras críticas ao governador Romeu Zema (Novo) após o envio de uma lista com mais de 300 imóveis públicos à Assembleia Legislativa do Estado (ALMG). A proposta integra o Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) e visa usar esses ativos para abater parte da dívida de Minas com a União, que ultrapassa os R$ 160 bilhões.
Entre os bens listados estão patrimônios simbólicos e estratégicos para o estado, como a Cidade Administrativa — construída durante o mandato de Aécio —, o Colégio Estadual Central, a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), o Hospital Risoleta Tolentino Neves, além de clubes, fóruns, escolas e até o Palácio das Artes.
Para Aécio, a medida é uma “decisão grave” que expõe a “incompetência da gestão estadual”. Ele acusa Zema de transferir responsabilidades sem enfrentar os reais desafios das contas públicas. “Sem competência para ajustar as finanças, o governo dilapida o patrimônio dos mineiros”, afirmou.
O tucano também questiona a lógica da proposta, alegando que ela favorece mais o governo federal do que os interesses de Minas Gerais. “Falta coragem e compreensão da importância do estado na negociação com Brasília. Essa lista de pré-venda é temerária, precipitada e lesiva ao povo mineiro”, criticou.
Aécio defende uma reação imediata da sociedade civil, da ALMG e do Ministério Público diante do que considera uma ameaça ao patrimônio público estadual. Em nota, foi direto: “Minas não está à venda”.