Nesta semana, o setor de energia solar fotovoltaica do Brasil alcançou a marca inédita de 56,17 gigawatts (GW) de potência operacional instalada, consolidando o país entre os seis maiores do mundo no segmento. Minas Gerais lidera o ranking nacional com 11,89 GW, equivalente a 21,18% de toda a produção brasileira.
Os dados confirmam o protagonismo mineiro tanto na geração distribuída — que inclui painéis solares instalados em telhados residenciais, comércios, propriedades rurais e pequenas indústrias — quanto na geração centralizada, com usinas de grande porte. O estado concentra 7,19 GW apenas neste último formato, o que representa 40,64% do total nacional do segmento.
A expansão da energia solar no país já gerou mais de 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos, classificados como “verdes”, e atraiu investimentos que ultrapassam R$ 251 bilhões. Somente em receitas repassadas a municípios brasileiros, foram mais de R$ 78 bilhões, revertidos para áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Entre os apoiadores do desenvolvimento do setor, está o deputado estadual Gil Pereira, presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa. Embora não seja o foco central da conquista, o parlamentar destaca a importância de legislações pioneiras em Minas Gerais, como a Lei nº 22.549/17 — de sua autoria —, que isenta de ICMS as usinas com até 5 MW de potência. Segundo ele, o marco legal foi fundamental para viabilizar projetos de pequeno e médio porte no estado.
“Minas Gerais saiu na frente com políticas públicas eficazes e hoje colhe os frutos com mais empregos, renda, energia limpa e aumento na arrecadação municipal”, afirmou Gil Pereira. Ele também lembra que a geração distribuída já está presente em mais de 908 mil imóveis mineiros, número que coloca o estado à frente de São Paulo e Rio Grande do Sul no ranking nacional.
O crescimento é expressivo: entre 2024 e março de 2025, o número de unidades consumidoras com geração própria aumentou 42,86% em todo o país, chegando a mais de 5,1 milhões de conexões.
Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios apontados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Entre os principais entraves estão os cortes compulsórios de geração, conhecidos como curtailments, sem ressarcimento aos empreendedores, além da dificuldade de conectar novos sistemas à rede elétrica, muitas vezes barrados sob justificativas técnicas que, segundo a entidade, carecem de embasamento.
Com o Brasil figurando ao lado de potências como China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão no topo da produção mundial, o avanço da energia solar mostra-se estratégico tanto para a economia quanto para o meio ambiente — com Minas Gerais puxando a fila dessa transformação energética.