Nesta segunda-feira (28), o Hospital Risoleta Tolentino Neves, situado em Venda Nova, Belo Horizonte, anunciou a restrição de atendimentos no pronto-socorro, limitando-os apenas a casos classificados como emergência ou muita urgência — quando há risco iminente de morte ou necessidade de atendimento imediato.
De acordo com a direção da unidade, a medida foi tomada para preservar a qualidade e a segurança na assistência aos pacientes. Apesar de ter capacidade para atender até 90 pessoas simultaneamente, o hospital já contabilizava 171 pacientes no pronto-socorro por volta das 13h do mesmo dia.
O aumento repentino da demanda começou na última sexta-feira (25), com um acréscimo de 20% no número de pacientes em estado grave, o que comprometeu a capacidade de novas admissões. A Rede de Urgência e Emergência da capital foi acionada para colaborar com o redirecionamento de pacientes para outras unidades do SUS.
Os usuários que já estão internados continuarão recebendo cuidados normalmente. Já os pacientes considerados não críticos durante a triagem serão orientados a procurar outras unidades públicas de saúde. Segundo a nota oficial, quem decidir permanecer no local será informado sobre as limitações no atendimento.
“O Risoleta lamenta o desconforto causado, mas reitera seu compromisso com uma assistência segura e de qualidade, mesmo diante dos desafios enfrentados”, afirmou a direção do hospital.
Responsabilidades e repasses
A Prefeitura de Belo Horizonte declarou que não é responsável pela gestão direta do hospital. Em contraponto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou que, embora a unidade receba financiamento tripartite — com verbas federais, estaduais e municipais —, a gestão plena do hospital cabe ao município.
Segundo o governo estadual, em 2024 já foram repassados R$ 3,4 milhões à unidade para aquisição de um novo tomógrafo e equipamentos cirúrgicos. A pasta também afirmou que os repasses estaduais estão em dia, e que, anualmente, cerca de R$ 130 milhões são destinados ao Risoleta Neves, representando a maior parcela do orçamento do hospital.