Compartilhe este conteúdo:

Minas Gerais entra em regime especial para equacionar dívida bilionária

por

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) homologou, nesta segunda-feira (6), o Plano de Recuperação Fiscal (RRF) de Minas Gerais, apresentado pelo governador Romeu Zema (Novo). O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e estabelece o período de vigência do regime especial de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2033. O objetivo é reestruturar as finanças do estado, que enfrenta uma dívida de cerca de R$ 165 bilhões com a União.

A aprovação do plano é mais um capítulo em um longo processo que envolveu o parecer favorável do Ministério da Fazenda e a homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto de 2024. Naquela ocasião, ficou definido que Minas Gerais deveria iniciar o pagamento das parcelas da dívida em outubro do mesmo ano, como se o regime estivesse em vigor desde 1º de agosto.

Desde então, o governo estadual tem efetuado pagamentos mensais superiores a R$ 200 milhões. Em 3 de janeiro, o governador Zema anunciou o pagamento da quarta parcela, no valor de R$ 303 milhões. A quitação tem sido um desafio para as finanças do estado, mas é considerada essencial para reestabelecer a credibilidade fiscal de Minas Gerais junto à União e investidores.

Plano de Recuperação Fiscal: o que muda para Minas Gerais

Com a adesão ao RRF, Minas Gerais terá acesso a condições especiais para reorganizar suas contas. Entre as medidas previstas estão a suspensão temporária de parte dos pagamentos da dívida e a renegociação de prazos e valores. Em contrapartida, o estado precisará adotar medidas de ajuste fiscal, como a contenção de gastos, privatizações e possível aumento de receitas por meio de reformas tributárias.

Essas iniciativas visam equilibrar as contas estaduais em um contexto de alto endividamento e limitações orçamentárias. Para especialistas, a homologação é um passo importante, mas sua implementação dependerá de um forte compromisso político e administrativo.

Repercussões políticas e sociais

A aprovação do plano reflete a colaboração entre diferentes esferas de governo, mas também levanta questões políticas. O governador Zema, alinhado ao partido Novo, tem defendido medidas de austeridade como solução para o endividamento. Por outro lado, setores da sociedade temem que o ajuste fiscal impacte áreas sensíveis, como saúde, educação e segurança.

A população também está apreensiva quanto às medidas que serão tomadas para cumprir as metas estabelecidas. Aumentos tributários e cortes em serviços essenciais poderiam intensificar a pressão sobre os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.

Desafios pela frente

Para o governo estadual, o desafio é duplo: equilibrar as finanças públicas sem comprometer o atendimento às demandas sociais. A eficácia do plano será medida não apenas pelo equilíbrio das contas, mas também pela capacidade de Minas Gerais em manter o desenvolvimento econômico e social durante o período de vigência do regime.

Com a homologação do plano, Minas Gerais se junta a outros estados que aderiram ao RRF como uma tentativa de superar crises fiscais e retomar o crescimento sustentável. Os próximos anos serão decisivos para avaliar os impactos dessa decisão.

+notícias

O que você achou deste conteúdo?
Coluna Luiz Tito
Fim de semana foi de tristeza para dona Luzia e família, que passou o Dia das Mães enterrando seu filho
Uma nova audiência será realizada em junho
Audiência convocada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi realizada hoje
Dr. José Israel Vargas morreu em BH, tinha 97 anos e era formado em química pela UFMG e em física pelo ITA