A cidade de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está enfrentando sérios desafios devido à interrupção do transporte escolar que atendia estudantes da cidade. Durante uma visita da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) à Escola Estadual Manoel Martins de Melo, na segunda-feira (16), os membros da comissão ouviram as reclamações de pais e alunos sobre a situação. A presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), foi informada de que, sem o transporte escolar, muitos estudantes estão sendo obrigados a percorrer longas distâncias a pé, o que tem afetado diretamente o desempenho escolar.
O caso é mais grave para os alunos do Bairro Alto dos Menezes, que têm que caminhar por quase uma hora até a escola, enfrentando ladeiras íngremes, ruas de terra e outros trechos perigosos. Antes da interrupção do serviço, o transporte escolar levava cerca de 20 minutos para cobrir o trajeto, mas agora, sem a opção de transporte, os estudantes enfrentam um percurso extenuante, com condições difíceis, especialmente em dias de chuva.
Maria Luíza dos Santos, aluna do 9º ano, relatou o cansaço diário que a caminhada impõe. Ela leva quase uma hora para chegar à escola e o mesmo tempo para voltar para casa. Além disso, o peso da mochila e o terreno dificultam ainda mais a jornada. Muitas famílias não têm condições de arcar com o custo de vans escolares, o que agrava ainda mais a situação de muitos estudantes.
O impacto da falta de transporte escolar tem sido significativo no desempenho escolar. De acordo com as mães, muitos alunos chegam atrasados e não conseguem se concentrar nas aulas, o que tem levado ao aumento do absenteísmo e, consequentemente, ao risco de suspensão do pagamento do Bolsa Família.
A deputada Beatriz Cerqueira atribui a origem do problema ao projeto “Mãos Dadas”, no qual o governo estadual transferiu a gestão das escolas estaduais para os municípios. No caso de Ribeirão das Neves, a adesão ao programa foi feita sem o devido planejamento, resultando em uma falha no transporte escolar. A deputada classificou a situação como “criminosa” e afirmou que continuará pressionando para que a prefeitura e o governo estadual resolvam a questão, com novas audiências públicas e uma reunião com o prefeito de Ribeirão das Neves.
A comunidade segue aguardando uma solução urgente para o problema do transporte escolar, que tem prejudicado a educação e o bem-estar dos estudantes da cidade.