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Greve da Educação em BH: trabalhadores cobram reajuste e condições de trabalho

Nesta segunda-feira (30), cerca de 400 pessoas se reuniram em frente à Prefeitura, na av. Afonso Pena, para cobrar uma resposta concreta do prefeito Álvaro Damião (União Brasil) e exigir a valorização da educação no município

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Sind-REDE

A greve dos trabalhadores da educação de Belo Horizonte, que começou no dia 6 de junho, segue mobilizando a categoria, com manifestações e protestos em busca de melhorias salariais e melhores condições de trabalho. Nesta segunda-feira (30), cerca de 400 pessoas se reuniram em frente à Prefeitura, na av. Afonso Pena, para cobrar uma resposta concreta do prefeito Álvaro Damião (União Brasil) e exigir a valorização da educação no município.

A principal reivindicação da categoria é o reajuste salarial de 6,27%, com base na recomposição do Piso Nacional do Magistério, que está acima da proposta de 2,49% oferecida pela Prefeitura, um índice que os trabalhadores consideram insuficiente, pois está abaixo da inflação e representa uma perda salarial. Além disso, os professores exigem a redução do número de alunos por sala de aula, o preenchimento das vagas do quadro de professores e a melhoria nas condições de trabalho nas escolas.

A greve tem gerado um ambiente tenso, com a tentativa da Prefeitura de judicializar o movimento, incluindo o corte de ponto de professores que aderiram à paralisação. Na última segunda-feira, a Procuradoria-Geral do Município anunciou o desconto de 20% nos salários dos trabalhadores, alegando que o pagamento seria referente aos dias não trabalhados. A decisão gerou revolta entre os educadores, que consideram a medida arbitrária e uma tentativa de enfraquecer a mobilização.

A categoria também enfrentou um grande obstáculo na tentativa da Prefeitura de abrir as escolas apenas para a distribuição de merenda, mas sem a presença dos professores. Os trabalhadores criticam a medida, afirmando que a responsabilidade pela insegurança alimentar não pode ser atribuída exclusivamente às escolas, sendo necessário ampliar os programas de assistência social no município.

Além disso, a disputa interna no partido do prefeito, o União Brasil, tem influenciado a greve. A divergência entre os grupos ligados ao prefeito e à oposição, liderada pelo deputado Reginaldo Lopes, tem gerado um clima de tensões políticas que se reflete também nas negociações. A oposição interna também questiona o compromisso do governo com a educação, pois as propostas de Damião são vistas como insuficientes para garantir um futuro melhor para os profissionais e para os estudantes.

A greve tem se mantido firme, com assembleias sendo realizadas semanalmente para mobilizar mais trabalhadores. O Comando de Greve afirma que a única saída viável para resolver a paralisação é o diálogo, e que continuará pressionando pela negociação com a Prefeitura para garantir que as demandas da categoria sejam atendidas.

O conflito, que vem se arrastando por mais de três semanas, continua sendo acompanhado de perto pela população e pela imprensa. A expectativa agora é que, com o início de julho, a Prefeitura de Belo Horizonte se comprometa a abrir um canal de comunicação efetivo para tratar da greve e das condições de trabalho da educação municipal. A audiência de conciliação, marcada para a próxima quarta-feira (2), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, será um importante marco nesse processo.

O movimento em Belo Horizonte reflete o crescente descontentamento da categoria com a falta de valorização e o risco de retrocessos nas conquistas trabalhistas, enquanto os professores exigem o cumprimento dos direitos estabelecidos pelo Piso Nacional do Magistério e um compromisso maior com a qualidade do ensino público.

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Coluna Luiz Tito
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