Durante jantar oficial com o presidente da China, Xi Jinping, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, quebrou o protocolo ao pedir a palavra para criticar os efeitos nocivos das redes sociais, especialmente o TikTok.
O gesto foi considerado constrangedor por alguns presentes e gerou polêmica, amplificada por críticas públicas e vazamentos da reunião.
Em resposta, Janja afirmou que não se calará diante de temas como a proteção de crianças e adolescentes, mesmo em eventos protocolares.
Em discurso no Ministério dos Direitos Humanos, ela afirmou ter sido alvo de machismo e defendeu a responsabilização das plataformas digitais, citando casos de violência virtual e desafios perigosos nas redes sociais.
A causa que Janja defende é legítima e urgente: proteger crianças da violência digital.
Mas a forma como ela age — rompendo protocolos e personalizando a pauta — pode fragilizar o próprio debate que pretende fortalecer.
Ao transformar uma discussão técnica e estratégica em palco para embates pessoais, ela desvia o foco e alimenta críticas que minam a credibilidade do governo em temas delicados como regulação de redes.
Em vez de ampliar apoio, o gesto em Pequim deu munição aos opositores.
Falar é necessário; saber quando e como, ainda mais. Infelizmente há na rigidez protocolar essa regra idiota de que, mesmo no momento em que se deseja combater procedimentos que vitimam crianças e adolescentes, o melhor é ficar calado.
Triste, mas é recomendado.
Cada um que tire suas conclusões.