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De um oficial da PMMG que pediu anonimato — é uma triste realidade que transcrevemos na íntegra

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Zema e Simões transformaram a Segurança Pública em carne barata para o Sistema Financeiro
Em Minas Gerais, a Segurança Pública virou estudo de caso em universidades: “Como destruir uma categoria inteira sem levantar suspeita: manual prático de Zema e Simões.”

Primeiro capítulo: congele salários até virar fóssil.

Segundo capítulo: abra a porta das financeiras, ofereça café, tapete vermelho e buffet liberado.

Terceiro capítulo: culpe o policial pela miséria que você mesmo produziu.

E aí está! A tropa mineira virou o sonho molhado de qualquer banco: endividada, desesperada e sem alternativa.

Um caso de completa degradação moral. Perfeita: a presa que se entrega sozinha porque não tem mais forças nem para correr.

Enquanto isso, Zema e Simões discursam como se tivessem inventado a ética. Mas ética é fácil quando você não sabe o que é parcelar frango no cartão. Moralidade é um bem barato quando sua geladeira nunca fica vazia.

Honestidade é linda quando o seu próprio salário não exige bico, plantão dobrado e empréstimo com juros que fariam até agiota do filme ficar com vergonha.

Mas, e a tropa? Ah, a tropa é outra história.

A tropa vive como se tivesse sido esquecida num saco de pancadas político-administrativo. Sem reajustes há anos, com salário evaporando frente ao custo de vida, empurrada para consignados como quem empurra doente para respirador. Sem até a justa recomposição de vencimentos, pelos desgastes da inflação.

E as instituições assistem tudo com a serenidade de quem contempla um incêndio dizendo: “calma, está tudo sob controle.”

Sim, sob controle; sob o controle das financeiras.

Porque em Minas, hoje, o policial não é um agente da lei — é um código de barras ambulante. O Estado não investe, mas o banco investe. O governo não valoriza, mas a financeira valoriza, com juros de 30% ou até mais, ao ano, sem dó.

A política não protege, mas o contrato de consignado, sim. Protege o lucro de alguém dos banqueiros.

E depois ainda querem exigir “conduta exemplar”.

Exemplar como? Comendo o quê? Vestindo o quê? Pagando como? Com que dinheiro?

Com a dignidade já penhorada?

Zema e Simões adoram dizer que “Segurança é prioridade”.

Prioridade para quem?

Porque para o policial, a única prioridade hoje é sobreviver até o quinto dia útil sem precisar vender o almoço para comprar o jantar.

E o mais irônico — quase poético — é que vendem a imagem de “gestores modernos”. Modernos mesmo: modernizaram o sofrimento, digitalizaram a miséria e terceirizaram a crueldade para os bancos que agora comem a tropa com garfo e faca.

E a cereja do bolo? A cobrança moral. Ah, essa é deliciosa.

As autoridades adoram:
“Policial deve ser íntegro.”

Integro como? Com o corpo ou com o estômago?

Com a farda ou com o armário vazio?

Porque, sinceramente, é muito fácil falar de honestidade quando quem está na cruz não é você.

E a tropa está na cruz, sim. Não aquela cruz bíblica de martírio heroico. Não. A tropa está na cruz de cabeça para baixo, pendurada por Zema, Simões e toda a corte institucional que bate palma para o próprio abandono que produziu.

Em Minas, a Segurança Pública virou a mistura perfeita de tragédia, ironia e perversidade administrativa.

Uma categoria inteira jogada no sacrifício enquanto o governo posa de estadista e o banco ri e esfrega as mãos.

No fim, a verdade é simples: o policial mineiro não perdeu o salário — perdeu a liberdade.

Foi acorrentado por dívidas que só existem porque o Estado decidiu que valorização é caro demais; barato é o sofrimento. Da tropa.

E ainda querem aplauso.

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