Compartilhe este conteúdo:

Votação sobre restrição a atletas trans gera tumulto na Câmara Municipal de BH

por

Votação sobre restrição a atletas trans gera tumulto na Câmara Municipal de BH
Votação sobre restrição a atletas trans gera tumulto na Câmara Municipal de BH
Reprodução

A votação de um projeto de lei que restringe a participação de atletas trans em competições esportivas de Belo Horizonte foi marcada por tensão e confronto no Plenário da Câmara Municipal, nesta quarta-feira (5). O debate acalorado culminou na retirada de manifestantes por seguranças da Casa.

Registros feitos por participantes do protesto mostram que algumas pessoas foram removidas à força, entre elas o presidente do Cellos, Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual e Identidade de Gênero de Minas Gerais, Maicon Chaves, que foi carregado para fora do recinto. O grupo se manifestava contra o projeto e tentava impedir a votação, quando o presidente da Câmara, vereador Juliano Lopes (Podemos), ordenou a retirada de um dos integrantes. A reportagem da CBN entrou em contato com a assessoria da presidência para esclarecimentos e aguarda um posicionamento oficial.

A proposta foi aprovada em primeiro turno com 25 votos favoráveis e 11 contrários. O debate no Plenário foi marcado por embates entre parlamentares da bancada evangélica e representantes da esquerda.

De autoria da vereadora Flávia Borja (Democracia Cristã), o projeto determina que o critério para participação em eventos esportivos na capital mineira seja o sexo biológico. Durante seu discurso na tribuna, a parlamentar defendeu que a medida busca corrigir o que considera uma “injustiça” contra atletas mulheres.

“Essa proposta já foi aprovada em outras cidades, como São José dos Campos, e está em discussão em diversos municípios. Não se trata de exclusão, mas de justiça para as mulheres no esporte”, argumentou Borja, mencionando o caso da vereadora professora Marli, ex-nadadora, como exemplo do impacto da questão.

Por outro lado, parlamentares do bloco da esquerda classificaram a medida como inconstitucional e discriminatória. A vereadora Iza Lourença (PSOL) criticou a iniciativa, afirmando que a regulamentação sobre a participação de pessoas trans no esporte deve ser definida pelas federações esportivas.

“Quantas atletas trans vocês conhecem que dominam competições? Esse não é um assunto para ser decidido por vereadores, mas por especialistas no tema. Esse projeto tem apenas um propósito: perseguir pessoas trans e travestis”, declarou Lourença.

Durante a tramitação, o projeto recebeu parecer favorável das Comissões de Legislação e Justiça e Mulheres. No entanto, a Comissão de Direitos Humanos votou pela rejeição, argumentando que a proposta fere direitos fundamentais. A Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Belo Horizonte também se manifestou contrária ao texto, alertando para o risco de exclusão da cidade de competições internacionais. Caso seja aprovado em definitivo, a questão pode ser levada à Justiça.

No Brasil, a participação de atletas trans em competições segue normas estabelecidas por cada federação esportiva, em conformidade com diretrizes do Comitê Olímpico Internacional.

+notícias

O que você achou deste conteúdo?

0 Comentários
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Coluna Luiz Tito
Investigado da máfia do INSS ostenta adega de vinhos nas redes sociais
Motoristas sofrem com engarrafamento no Anel Rodoviário
Servidora pública está internada em estado grave em Divinópolis
Dança das cadeiras após investigação e exoneração na 8ª
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x