Compartilhe este conteúdo:

ALMG aprova em 1º turno projeto que vincula Minas ao Propag e prevê refinanciamento da dívida com a União

Parlamentares destacam economia de até R$ 100 bilhões, mas apontam críticas à proposta de alienação de ativos públicos, como a Uemg

por

Guilherme Dardanhan/ALMG
Plenário da ALMG aprova adesão de Minas ao Propag

Em votação unânime na tarde desta quarta-feira (28), o Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 3.731/25, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), que formaliza a adesão do Estado ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), sancionado pelo governo federal em janeiro deste ano.

A proposta, que integra um pacote de 13 projetos, abre caminho para o refinanciamento da dívida estadual, hoje superior a R$ 160 bilhões, com prazo de pagamento de até 30 anos. O texto aprovado foi o substitutivo nº 2 da Comissão de Administração Pública e determina, entre outros pontos, que o governo estadual envie à ALMG, em até 30 dias após solicitação, relatório detalhado sobre o processo de adesão ao Propag e o encerramento da participação no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

A matéria será analisada ainda nesta quarta-feira (28) pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, com previsão de nova votação em 2º turno na manhã desta quinta-feira (29).

Renegociação condicionada a contrapartidas e teto de gastos

O contrato do Propag exige que Minas Gerais repasse até R$ 34 bilhões à União até o fim de 2025 — o equivalente a 20% do valor devido — para obter taxa de juros real zero no restante da dívida. Também estão previstas contrapartidas, como aportes mínimos de 1% do saldo devedor ao Fundo de Equalização Federativa (FEF) e em áreas estratégicas, como educação, segurança pública e infraestrutura.

Além disso, um teto de gastos deve ser cumprido. A limitação será regulamentada pelo Projeto de Lei Complementar (PLC) 71/25, apresentado nesta semana e desmembrado do texto original por recomendação da Comissão de Constituição e Justiça.

Parlamentares divergem sobre privatizações e alienação de ativos

Durante a discussão em Plenário, deputados e deputadas de diferentes partidos elogiaram a construção do programa, que contou com articulação direta do presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), e do presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ambos foram reconhecidos por lideranças como Bosco (Cidadania), Eduardo Azeredo (PL) e Carol Caram (Avante).

Apesar do apoio majoritário, críticas foram dirigidas à inclusão de ativos como a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), escolas e hospitais na lista de bens a serem oferecidos à União. A deputada Beatriz Cerqueira (PT) classificou a proposta como uma “liquidação” do patrimônio estadual. No mesmo tom, parlamentares como Lohanna (PV), Andréia de Jesus (PT), Betão (PT) e Leleco Pimentel (PT) demonstraram preocupação com os impactos da adesão, embora tenham votado favoravelmente.

Próximos passos e fiscalização

O deputado Sargento Rodrigues (PL) defendeu aprimoramentos no projeto, como a inclusão de mecanismos mais robustos de transparência e controle, dado o longo prazo do acordo — estimado em 30 anos. Ulysses Gomes (PT) destacou a união do Parlamento mineiro em torno de uma solução para a dívida do Estado, mesmo diante das divergências.

Com a primeira aprovação concluída, o projeto segue para nova análise e votação final em 2º turno, podendo consolidar a adesão de Minas Gerais ao Propag e encerrar formalmente o atual regime de recuperação fiscal.

+notícias

O que você achou deste conteúdo?

1 Comentário
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Aécio Neves critica proposta de Zema e afirma: "Minas não está à venda"

[…] de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fez duras críticas ao governador Romeu Zema (Novo) após o envio de uma lista com mais de 300 imóveis públicos à Assembleia Legislativa do Estado (A…. A proposta integra o Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) e visa usar esses […]

Coluna Luiz Tito
Investigado da máfia do INSS ostenta adega de vinhos nas redes sociais
Motoristas sofrem com engarrafamento no Anel Rodoviário
Servidora pública está internada em estado grave em Divinópolis
Dança das cadeiras após investigação e exoneração na 8ª
1
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x