“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo arrancam-nos a voz da garganta. E aí, já não podemos mais dizer nada.”
Esse trecho do poema “No caminho, com Maiakóvski”, do poeta Eduardo Alves da Costa, representa bem o que está acontecendo no Hospital Maria Amélia Lins, o HMAL, que está sendo horrorosamente desfalcado, reduzido, desmontado, sem que ninguém mais com poder para tal reaja, e se importe com o grave sofrimento de centenas de pessoas que deveriam estar recebendo cuidados médicos, muitos inadiáveis, porque o Governo do Estado, o governo do senhor Romeu Zema e de sua trupe, os mesmos que nada têm para mostrar como realização na saúde pública de Minas Gerais, quer entregar o HMAL, a preço vil, a grupos privados; uma licitação já foi interrompida mas o TCE-MG tem nas suas mãos o poder de confirmar a impropriedade do procedimento que estava em curso.
Vai fazê-lo? Mas quando? Quando acabarem com o desmonte do HMAL?