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Vale apresenta à ANM proposta para correção de anomalia em barragem de Ouro Preto 

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Vale apresenta à ANM proposta para correção de anomalia em barragem de Ouro Preto

Em 15 de março, a Vale detectou um vazamento de sedimento na saída de um dreno de água. A anomalia está em nível 3, o mais alto desde 2019

Na última terça-feira (09), a Agência Nacional de Mineração (ANM) recebeu da Vale uma sugestão de ação para resolver a irregularidade encontrada em um sistema de escoamento na represa Forquilha III, localizada em Ouro Preto, na área central de Minas Gerais.

Segundo a ANM, a empresa pretende implementar uma obstrução parcial do canal com um filtro. Além disso, a Vale examinará os potenciais perigos para criar um plano de vigilância direcionado para o período após a intervenção. Caso a empresa finalize o plano de ação ainda nesta semana, a intervenção já começará. 

Um encontro envolvendo a corporação, especialistas da ANM e representantes do Ministério Público ocorreu na última segunda-feira (08). A Vale comunicou que continua a supervisionar integralmente a infraestrutura e que o estado geral da represa permanece sem alterações. De acordo com o órgão, a Vale deve realizar as medidas solicitadas e manter todos os envolvidos informados. 

A barragem Forquilha III possui uma altura de 77 metros e tem capacidade para armazenar 19,4 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Atualmente, encontra-se em fase de descaracterização, com previsão de término das atividades em 2035.

Anomalia

Em 15 de março, a Vale detectou um vazamento de sedimento na saída de um dreno de água. A anomalia está em nível 3, o mais alto desde 2019.  De acordo com a Aecom, empresa responsável por realizar auditorias técnicas e ambientais, o dreno tem histórico de saída de material ao longo dos anos, mas a ocorrência atual é inédita, visto que o material observado é diferente do verificado nas ocasiões anteriores, sendo claramente composto por minério de ferro.

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) relatou que uma filmagem interna no dreno revelou “alguns furos” na tubulação, que poderiam estar contribuindo para o problema. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que a própria Vale classificou essa anomalia com a pontuação 10, “a mais grave possível”. Segundo a mineradora, não houve alteração nas condições da estrutura.

O Bem Minas entrou em contato com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) que publicou uma nota alegando preocupação com a estabilidade da barragem Forquilha III.

De acordo com o comitê, foi identificada, ainda em 15 de março, uma anomalia em um dreno da estrutura que só foi divulgada ao público na última quinta-feira (04). 

Em nota disponibilizada no site da comissão, a junta alega ter sido surpreendida de maneira informal com a notícia e já solicitou informações detalhadas sobre o estado da barragem para os órgãos responsáveis.

“Mesmo com representação da mineradora no Plenário do Comitê, Câmaras Técnicas e Subcomitês, o CBH Rio das Velhas foi surpreendido com a informação sobre a anomalia de maneira informal. Assim, de pronto, o Comitê solicitou em caráter de urgência – à Vale e à FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente) – esclarecimentos e informações sobre o fato ocorrido e a situação da barragem, de modo que sejam esclarecidos os riscos em relação à estrutura, as causas, impactos e possíveis danos causados nos cursos d’água a jusante, bem como as medidas de contenção, reparação e mitigação que foram e estão sendo adotadas pela empresa”, disse a assessoria do CBH.

O CDB ainda alega que qualquer incidente na barragem pode ser devastador, visto que a captação do rio ocorre a fio d’água, sem reservação.

“Lembramos que esta captação no Rio das Velhas ocorre a fio d’água, sem reservação e que, portanto, qualquer incidente seria devastador e com impactos catastróficos à segurança hídrica de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)”, alegou o órgão.

Qual o impacto que um incidente na barragem pode causar no Rio das Velhas?

O rompimento de uma barragem de rejeitos na região conhecida como Alto Rio das Velhas, poderia ser catastrófico não somente para a saúde ambiental do rio, como também para a segurança hídrica de toda a região Metropolitana de Belo Horizonte. O Rio das Velhas é responsável pelo abastecimento de água de cerca de 50% da RMBH e 70% da capital. 

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