Compartilhe este conteúdo:

Desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, mas biomas seguem sob risco, revela Relatório do MapBiomas

por

Reprodução
Relatório mostrou redução em áreas desmatadas no Brasil

O Relatório Anual do Desmatamento (RAD 2024), divulgado pelo MapBiomas nesta quinta-feira (15), mostrou que o Brasil reduziu em 32,4% a área desmatada em 2024, totalizando 1.242.079 hectares, em comparação com 2023. Embora esse dado represente um avanço, o estudo alerta para a necessidade de atenção constante, especialmente em biomas como o Cerrado e em regiões específicas, como o MATOPIBA — que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O documento, elaborado a partir de imagens de alta resolução, revela que nos últimos seis anos (2019-2024) o país perdeu quase 10 milhões de hectares de vegetação nativa (9.880.551 hectares), área comparável ao tamanho da Coreia do Sul. Em 2024, a perda diária foi de 3.403 hectares, o que equivale a cerca de 141,8 hectares por hora. O dia 21 de junho foi o que apresentou o maior pico anual, com um desmatamento equivalente a 3.542 campos de futebol.

Pelo segundo ano consecutivo, o Cerrado foi o bioma mais desmatado no Brasil, com 652.197 hectares perdidos em 2024, apesar da redução de 41,2% em relação ao ano anterior. A perda diária na região chegou a 1.786 hectares. A Amazônia foi o segundo bioma mais afetado, com 377.708 hectares desmatados, uma queda de 16,8%. A Amazônia Legal, composta por nove estados, registrou uma perda de 6.647.146 hectares nos últimos seis anos, sendo 700.063 hectares em 2024 — uma redução de 13% em relação a 2023.

Além desses, outros biomas também tiveram suas áreas reduzidas: Caatinga perdeu 140.331 hectares (-13,4%), Pantanal 32.436 hectares (-58,6%), Mata Atlântica 29.721 hectares (+2%) e Pampa 3.110 hectares (-42,1%). As formações savânicas representaram 52,4% e as florestais 43,7% do total desmatado.

A região do MATOPIBA concentrou 40% do desmatamento nacional em 2024, com 516.529 hectares desmatados — apesar de uma queda de 28% em relação a 2023. Destaca-se que 75% do desmatamento no Cerrado ocorreu dentro desse território.

No cenário estadual, o Pará lidera o desmatamento acumulado entre 2019 e 2024, com cerca de 2 milhões de hectares perdidos. Em 2024, os estados mais afetados foram Maranhão (218.298 hectares), Pará (156.990 hectares), Tocantins (153.310 hectares), Piauí (142.871 hectares) e Bahia (133.334 hectares). Goiás, Bahia, Paraná, Espírito Santo e Distrito Federal registraram quedas significativas no desmatamento, enquanto o Rio Grande do Sul sofreu um aumento de 70%, atribuído a eventos climáticos extremos, e o Acre, na Amazônia, teve alta de 31%.

Dos 5.572 municípios brasileiros, 2.990 (54%) apresentaram registros de desmatamento em 2024. São Desidério (BA) e Balsas (MA) lideram o ranking municipal, com Lábrea (AM) subindo para a terceira posição.

O relatório reforça que, apesar da redução expressiva no desmatamento, o cenário ambiental brasileiro ainda é preocupante, exigindo políticas públicas eficientes e monitoramento contínuo para preservar os biomas e conter a degradação da vegetação nativa.

+notícias

O que você achou deste conteúdo?

0 Comentários
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Coluna Luiz Tito
Investigado da máfia do INSS ostenta adega de vinhos nas redes sociais
Motoristas sofrem com engarrafamento no Anel Rodoviário
Servidora pública está internada em estado grave em Divinópolis
Dança das cadeiras após investigação e exoneração na 8ª
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x