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Instituto Estação das Letras oferece cursos de férias que destacam a diversidade na literatura

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Instituto Estação das Letras oferece cursos de férias que destacam a diversidade na literatura Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Instituto Estação das Letras (IEL) reúne, pela primeira vez em quase três décadas, temáticas relacionadas à inclusão de grupos minorizados no mercado editorial em sua programação de cursos de férias de julho, que começa no dia 8 de julho. As oficinas abordam a representatividade de pessoas negras, indígenas e da comunidade LGBTQIA+, e são realizadas on-line, acessíveis ao público de todo o Brasil e do mundo, contribuindo para a formação de escritores e leitores.

A Universidade de Brasília examinou publicações das principais editoras brasileiras entre 1965 e 2014 e revelou que a maioria dos autores brasileiros são homens (70%), brancos (90%) e originários de São Paulo ou Rio de Janeiro (50% do total). Os personagens também refletem essa realidade, sendo predominantemente homens (60%), brancos (80%) e heterossexuais (90%). Quando personagens negros estão presentes (6,2% dos romances publicados entre 2004 e 2014), apenas 4,5% deles são protagonistas. A maioria dos personagens negros (em obras de 1990 a 2014) eram retratados como bandidos, empregados domésticos, escravos, profissionais do sexo ou donas de casa.

Na contramão da pesquisa, o IEL recebe o professor efetivo de literaturas africanas de língua portuguesa na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Marcelo Mattos para falar sobre Paulina Chiziane, Prêmio Camões,e abordar o feminino e o sagrado na obra da autora.

Escritora, poetisa, atriz e trabalhadora social, Teresa Càrdenas dará a oficina de textos literários A Memória Fala, uma viagem ao centro da memória pelas asas e força da literatura. De forma descomplicada e divertida, a ideia é mostrar como trabalhar histórias difíceis em diversos gêneros literários. 

Em Literatura Indígena: movimento político-estético , com Carina Oliveira, Pataxó, serão três encontros para tratar da Literatura Indígena enquanto  movimento estético-político, que nasce para a sociedade nacional a partir da década de 1990 e irá ao encontro do contraponto aos estereótipos impostos aos sujeitos e povos indígenas historicamente e como estes, na contemporaneidade, têm ecoado suas vozes.

Já o escritor parense Airton Souza fará a leitura guiada do seu romance Outono de carne estranha, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2023, que conta a história de amor entre os garimpeiros Zuza e Manel, em um território de embrutecimento dos homens e da terra, o garimpo da Serra Pelada nos anos 80.

Para os interessados em oficinas de escrita, o professor Oswaldo Martins trabalhará com Erotismo e literatura, numa oficina de textos eróticos. Em quatro encontros, apresentará a diferença entre o erótico e o pornográfico na literatura, a poética de Pietro Aretino (chamado inventor da poesia pornográfica, no século XVI), o erótico deslocado de seu sentido e erotismo e fetiche, sempre acompanhados de propostas de escrita.

Assis Brasil realizará a oficina compacta “Romance: teoria e prática” , na qual cada aluno poderá desenvolver o projeto de seu romance durante o curso;  Cintia Moscovitch vai falar sobre o que não fazer  na escrita literária, no lugar de seguir as receitas de cursos que mostram caminhos clichês; e Braulio Tavares discorrerá sobre a narrativa fantástica, a ficção especulativa e a ficção científica, utopias e distopias e Século 21 como o século das Literaturas da Imaginação.

Para Suzana Vargas, fundadora, diretora e curadora do IEL, esses temas devem colaborar para gerar mudanças estruturais. “Esse olhar mais voltado para a diversidade, enaltecendo autores ‘fora do padrão e do eixo Rio-São Paulo’ é transformador e reflete a sociedade que precisamos ter”.

As inscrições para os cursos de julho estão abertas pelo iel@estacaodasletras.com.br. Detalhes das datas e ementas estão em https://www.estacaodasletras.com.br/cursos.

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