O preço dos alimentos no mercado global voltou a subir em julho, alcançando o maior patamar em mais de dois anos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
De acordo com a entidade, o Índice de Preços dos Alimentos atingiu 130,1 pontos, com alta de 1,6% em relação a junho. O valor é o mais alto desde fevereiro de 2023, impulsionado especialmente pelo aumento nos preços da carne e dos óleos vegetais, que compensaram a queda em commodities como cereais, laticínios e açúcar.
O índice de preços da carne bateu um novo recorde histórico, chegando a 127,3 pontos. A alta foi puxada pela forte demanda da China e dos Estados Unidos, que aumentaram as importações de carne bovina e ovina. Nos EUA, o rebanho bovino encolheu devido à seca, e a China registrou embarques recordes, apesar de incertezas provocadas por investigações sobre a carne importada.
Nos óleos vegetais, o índice subiu 7,1%, alcançando o maior nível em três anos. O aumento foi influenciado pela alta nos preços dos óleos de palma, soja e girassol, com forte demanda global e oferta reduzida. Em contrapartida, o óleo de colza teve queda com a chegada da nova safra europeia.
Já os preços dos cereais caíram para o menor nível em quase cinco anos, devido ao aumento da oferta de trigo no Hemisfério Norte. O açúcar também teve queda pelo quinto mês seguido, com expectativa de crescimento da produção no Brasil e na Índia, apesar da recuperação da demanda global.
Mesmo com a alta recente, o índice geral permanece 18,8% abaixo do pico de março de 2022, registrado após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.