Compartilhe este conteúdo:

Após chuvas acima da média histórica em Belo Horizonte, especialistas destacam urgência de cidades resilientes

por

Após chuvas acima da média histórica em Belo Horizonte, especialistas destacam urgência de cidades resilientes
Após chuvas acima da média histórica em Belo Horizonte, especialistas destacam urgência de cidades resilientes
Reprodução

Nesta quarta-feira (27), o debate sobre a construção de cidades resilientes ganha força diante do aumento de eventos climáticos extremos. Em Belo Horizonte, o volume de chuvas registrado neste mês de dezembro já superou a média histórica em todas as nove regionais, segundo informações da Defesa Civil. A região do Barreiro lidera em precipitações, com 417,5 mm acumulados, representando 123,1% da média esperada.

O cenário reflete um agravamento dos efeitos do aquecimento global e do efeito estufa, potencializados pela ação humana. Para discutir soluções, o Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC) realizou recentemente o I Seminário Transição de Governo e Gestão de Futuro, reunindo especialistas para abordar as prioridades de gestão urbana em tempos de crise climática.

Desafios e soluções para cidades resilientes

A professora de direito da Escola Superior Dom Helder Câmara, Maraluce Custódio, alertou que os fenômenos climáticos, embora naturais, foram amplificados por atividades humanas, colocando em risco o equilíbrio planetário. “Nós saímos do ciclo natural”, afirmou. Custódio destacou a necessidade de incluir cientistas e tecnologias avançadas na gestão pública: “Somente decisões políticas não são suficientes.”

As cidades resilientes, segundo Custódio, são aquelas capazes de enfrentar eventos climáticos severos sem comprometer a saúde e o bem-estar da população. No entanto, alcançar esse objetivo requer um esforço conjunto entre governo, sociedade civil e instituições privadas.

Leonardo Santos, presidente do IPGC, destacou a importância de mobilização e integração. “A cidade precisa estar preparada e saber como agir em situações de emergência climática”, afirmou. Santos mencionou iniciativas como o IPGC Lab, que desenvolve projetos para transformar cidades em espaços mais sustentáveis e inteligentes.

Experiências e estratégias para enfrentamento

O Centro de Operações Rio (COR), criado após as fortes chuvas de 2010 no Rio de Janeiro, foi citado como exemplo de integração e monitoramento eficaz. Ana Carla Prado, assessora de planejamento e resiliência do COR, ressaltou a relevância da colaboração entre governo, empresas, mídia e população para minimizar impactos de desastres naturais.

Prado também destacou os desafios estruturais enfrentados por cidades como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte. No caso da capital mineira, a expansão urbana desconsiderou particularidades naturais, como a presença de montanhas que direcionam o escoamento de águas pluviais, agravando os alagamentos.

Para enfrentar esses desafios, Leonardo Santos enfatizou a necessidade de um plano de ação climática que inclua o mapeamento de áreas vulneráveis, a identificação de pontos críticos e a adoção de soluções estruturais. “É preciso entender a dinâmica da cidade e criar estratégias específicas”, concluiu.

Com eventos climáticos extremos se tornando cada vez mais frequentes, a construção de cidades resilientes não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade para garantir qualidade de vida e segurança à população.

+notícias

O que você achou deste conteúdo?

0 Comentários
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Coluna Luiz Tito
Fim de semana foi de tristeza para dona Luzia e família, que passou o Dia das Mães enterrando seu filho
Uma nova audiência será realizada em junho
Audiência convocada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi realizada hoje
Dr. José Israel Vargas morreu em BH, tinha 97 anos e era formado em química pela UFMG e em física pelo ITA
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x