A eleição para a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais segue marcada por polêmicas e acusações entre os principais candidatos. A disputa ganhou novos contornos após a exclusão da deputada federal Dandara Tonantzin da corrida, decisão que gerou reações fortes entre seus aliados. A justificativa para o barramento da candidatura foi uma dívida de R$ 130 mil não quitada, mas Dandara alega que o valor foi devolvido pelo banco devido a um erro técnico.
A suspensão da candidatura de Dandara levanta suspeitas de manobra política, com opositores da deputada acusando a Executiva Nacional do PT de interferir na eleição estadual em favor do grupo ligado à atual tesoureira nacional do partido, Gleide Andrade. Gleide, uma mineira de peso no partido, se mantém como uma figura-chave em busca de sua permanência no cargo de tesoureira e possui grande influência sobre a estrutura partidária. Em Minas, seu grupo de apoio, que inclui o deputado federal Patrus Ananias, está em franca disputa com a corrente liderada por Reginaldo Lopes, que viabilizou a candidatura de Dandara.
Em meio a essa conturbada disputa, surge uma nova denúncia contra a candidatura de Leninha, deputada estadual e também uma das principais postulantes à presidência do PT-MG. Documentos apontam possível inadimplência em suas contribuições partidárias, o que levanta questionamentos sobre sua elegibilidade. Contudo, aliados de Leninha negam irregularidades e garantem que as pendências financeiras foram sanadas antes do prazo estipulado para o registro das candidaturas. A deputada, que ocupa a vice-presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, está sendo alvo de acusações semelhantes às que afastaram Dandara da disputa.
O jogo político em Minas não é de fácil leitura. As correntes internas do PT, mais especificamente a “Construindo um Novo Brasil” (CNB), dominam a base de apoio à candidatura de Leninha, enquanto Reginaldo Lopes e seu grupo tentam viabilizar a candidatura de Dandara. A disputa reflete o fortalecimento das alas em Minas Gerais e na nacionalidade do PT, com votos que podem repercutir nas eleições de 2026.
A polêmica sobre as contribuições partidárias foi um dos fatores-chave que complicou ainda mais o cenário político. A acusação de que Dandara Tonantzin não honrou sua dívida com o partido foi rapidamente rebatida pela deputada, que defende sua inocência, alegando que a pendência foi resultado de uma falha bancária e já foi corrigida.
Além de Leninha e Dandara, outras candidaturas também estão em jogo. Esdras Juvenal, ex-candidato do PT em Iturama, e Juanito Vieira, do PT de Juiz de Fora, também são figuras da eleição estadual, mas a disputa principal segue sendo travada entre as duas deputadas.
O exato impacto dessas acusações e o desenrolar dos bastidores ainda devem refletir nas decisões do partido e nas futuras articulações para as eleições de 2026. No entanto, fica claro que, para muitos aliados de Dandara e Leninha, a democracia interna do PT de Minas está sendo questionada, com os dois grupos divididos e prontos para combater as decisões e manobras internas que consideram injustas. O desenrolar dessa disputa interna poderá repercutir de maneira significativa nas eleições futuras e afetar o rumo do PT em Minas e no Brasil.
A eleição está marcada para ocorrer no dia 6 de julho e promete ser uma das mais acirradas da história recente do PT em Minas Gerais.