A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em 0,5%, anunciada na semana passada, abre novas oportunidades para investidores focados em renda fixa. O aumento, esperado pelo mercado, ocorre em um cenário de inflação elevada e atividade econômica vigorosa, que exige uma política monetária mais rigorosa, segundo o economista-chefe da XP, Caio Megale.
Taxas de juros mais altas tendem a prejudicar empresas e ativos de risco, pois elevam o custo de capital e reduzem a atratividade das ações. No entanto, a intensidade do impacto varia conforme o segmento econômico. Os analistas da XP ressaltam que o ambiente de incertezas globais requer cautela e flexibilidade na condução da política monetária, sem descartar novos ajustes.
Para a sócia e líder da XP em Minas Gerais e Espírito Santo, Cecília Perini, o momento é favorável para aplicações em renda fixa, especialmente em títulos com prazos curtos e intermediários, que têm oferecido rendimentos próximos a IPCA+7%. Esses investimentos combinam estabilidade e retorno atrativo, mesmo diante de possíveis repiques inflacionários.
Apesar da preferência atual pela renda fixa, Cecília recomenda a diversificação da carteira como estratégia essencial para proteção do patrimônio. “O movimento de juros elevados gera também oportunidades na renda variável, com papéis a preços mais competitivos para quem pensa no longo prazo. Diversificar é fundamental para enfrentar as oscilações do mercado”, orienta.
Com a Selic mais alta, os investidores podem se beneficiar de produtos como títulos pós-fixados e Tesouro Selic, que têm atraído interesse crescente. A decisão do Copom reforça a importância de alinhar estratégias ao cenário econômico, aproveitando o momento para equilibrar segurança e potencial de ganhos.